Red: Crescer é uma fera atinge além do público infantil

 Antes desenhos animados eram muito relacionados a crianças, como se fosse um produto feito apenas para o consumo infantil, mas quem ainda pensa assim está muito enganado.  

Desenhos animados são produtos feitos tanto para o público infantil quanto para os mais velhos, os desenhos muito coloridos, caricatos, chamam a atenção das crianças, mas, histórias densas como vimos em Soul, atingem muito mais a atenção dos adultos que já entendem a mensagem real do filme nas entrelinhas. 


E o longa Red: Crescer é uma fera, mais uma vez fez isso, com uma animação com um panda-vermelho que chamou a atenção de muitas crianças, e uma história que consegue fazer com que os mais velhos pensem em como criam suas crianças, e como eles mesmo foram criados. 


O filme foi lançado na plataforma de streaming Disney+ no dia 1 de março de 2022, e desde então vem dividindo opiniões do público. 



A trama tem início quando em uma manhã nossa protagonista Meilin – de 13 anos – acorda como panda-vermelho, uma metáfora da sua primeira menstruação, sua mãe então começa a repetir por algumas vezes que ela se tornou uma mocinha. 


O panda-vermelho está ali representando as mudanças em seu corpo e no seu humor, tanto que ela se torna panda quando está estressada ou passa por fortes emoções – até mesmo positivas –, ele está ali mostrando com uma forma visual as mudanças da adolescência que – nesse caso – as meninas passam.


Mas o ponto alto desse filme é o relacionamento entre mãe e filha, de Meilin e sua mãe Ming. Ming se mostra durante todo o filme controladora e super protetora, e em certo ponto quando o panda-vermelho de Mei está incontrolável que descobrimos as reais razões para ela ser desse jeito, sua mãe. 



O filme então mostra como uma linha de sucessão, a forma que ela foi criada reflete em como ela cria sua filha hoje, e quanto mais reprimida maior o panda-vermelho se torna, e entre todas as mulheres da família, o maior panda é o de Ming.


No final do filme, é Mei quem mostra para a mãe que ela não precisa ser perfeita, pois foi o que ela percebeu, ela deixar de fazer o que gosta para agradar sua mãe não fará dela feliz, e ela não pode deixar sua felicidade de lado por ninguém, nem mesmo por sua mãe. 


Isso é mostrado com problemas de uma adolescente de treze anos, no caso, o maior problema para sua mãe é sua relação super intensa com suas amigas, que é o que faz com que ela consiga controlar as emoções muitas vezes – mesmo ela mentindo que é pensando na família –, e sua vontade de conhecer a boyband a qual gosta, e sua mãe repugna, a 4-Town


Quando passamos pela adolescência tudo parece mais intenso e mais difícil, até mesmo a relação com nossos pais, e muitas vezes essas relações superprotetoras maternais ou paternais acabam refletindo nos adultos que nos tornamos, isso é o que o filme mostra ao seu decorrer. 


Como vimos em Luca, o filme aborda então a fase de amadurecimento da adolescência, quando o jovem busca cada vez mais liberdade e independência de fazer suas próprias escolhas, pois é comum que nessa fase muitos jovens já se sentirem muito maduros e responsáveis como a própria Mei diz durante o filme, que ela é ‘dona do seu próprio nariz’.


E essa história um tanto reflexiva sobre crescer e começar a se reconhecer como indivíduo muito além dos seus pais, é encontrada em um longa metragem animado da Disney, mais uma vez com seus personagens extremamente caricatos, cores pastéis e que irão por esses motivos atingir também as crianças, que em algum momento entenderão então essa mensagem encontrada nas entrelinhas. 


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